Um crime brutal e que chocou o estado de Alagoas veio à tona nesta semana, após a divulgação do vídeo do depoimento de Eduarda de Oliveira, de 22 anos, mãe da recém-nascida Ana Beatriz. O caso ocorreu em Novo Lino, no interior do estado. Eduarda confessou à polícia que asfixiou a filha com uma almofada, escondeu o corpo da menina enrolado em sacos plásticos dentro de um armário, ao lado de produtos de limpeza, e permaneceu com o corpo da bebê na residência por dias.
Durante o depoimento, visivelmente abalada, Eduarda relatou detalhes perturbadores do crime. Segundo ela, tudo aconteceu na madrugada da sexta-feira, 11 de abril. “Eu não tinha dormido. Quando ela acordou, eu dei de mamar, depois ela ficou chorando um pouco e levei ela para o sofá e sufoquei com a almofada da sala”, afirmou. Após o ato, a jovem colocou o corpo da filha em um saco grande — o mesmo que havia utilizado para guardar itens do enxoval da bebê — e escondeu no armário.
A mãe ainda revelou momentos de arrependimento após o crime. Disse que passou a madrugada andando pela casa, inquieta, e chegou a abrir o armário na esperança de encontrar a filha ainda viva. “Eu não consegui dormir, fiquei perambulando na casa, fui para a porta, voltei e fui no armário, achando que ela poderia estar viva, mas ela não estava. Eu deixei ela lá”, disse. A bebê permaneceu no mesmo local até a polícia localizar o corpo.
Antes de confessar o assassinato, Eduarda apresentou duas versões diferentes para o desaparecimento da criança. Inicialmente, disse que a filha teria morrido de forma acidental. Depois, alegou que a menina havia sido sequestrada em um trecho da BR-101, no Povoado Euzébio, em Novo Lino, na divisa com Pernambuco. No entanto, as informações não batiam com as investigações da polícia.
A versão do sequestro começou a ruir após três testemunhas darem depoimentos contradizendo o que Eduarda havia relatado. Além disso, imagens de câmeras de segurança analisadas pelos investigadores também negaram a suposta movimentação relatada por ela. Vizinhos ainda relataram que ouviram o choro da bebê pela última vez na quinta-feira, um dia antes da mãe dizer que a filha havia desaparecido.
O pai da recém-nascida, que trabalha como motorista em São Paulo, não conhecia a filha pessoalmente. Ele havia retornado ao estado apenas após saber do desaparecimento da menina e participou das buscas ao lado da polícia. Foi apenas após pressão do advogado que Eduarda revelou toda a verdade.
Eduarda foi presa preventivamente e passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (16), quando a Justiça decidiu manter sua prisão. A jovem também deverá receber acompanhamento psiquiátrico enquanto estiver detida. A polícia aguarda agora o laudo da necropsia, que vai determinar com exatidão a causa da morte de Ana Beatriz.
O caso abalou não apenas o município de Novo Lino, mas também todo o estado de Alagoas, que acompanha estarrecido o desenrolar dessa tragédia familiar. A Polícia Civil segue investigando os detalhes do caso, e a sociedade cobra respostas e medidas que evitem que histórias como essa se repitam.
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