Vaticano – O mundo amanheceu em silêncio nesta manhã após o Vaticano confirmar a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. O pontífice argentino, primeiro da América Latina e o primeiro jesuíta a assumir o cargo mais alto da Igreja Católica, faleceu no Palácio Apostólico, após complicações de saúde relacionadas à sua condição respiratória, que se agravaram nas últimas semanas.
Jorge Mario Bergoglio, o homem que se tornou Papa Francisco em 13 de março de 2013, será lembrado por seu estilo humilde, sua linguagem acessível e pelo esforço incansável em aproximar a Igreja dos pobres, dos excluídos e dos jovens. Em sua primeira aparição na sacada da Basílica de São Pedro, recusou as vestes luxuosas tradicionais e surpreendeu ao pedir: “Rezem por mim”. Era o prenúncio de um pontificado diferente.
Durante seus mais de 11 anos à frente da Igreja Católica, Papa Francisco promoveu importantes debates sobre temas espinhosos, como a reforma da Cúria Romana, o papel da mulher na Igreja, os escândalos de abusos sexuais e a urgência das questões ambientais. Sua encíclica Laudato Si’, lançada em 2015, foi um marco ao unir fé e ciência no combate às mudanças climáticas.
O pontífice também foi uma figura central no diálogo inter-religioso, encontrando-se com líderes muçulmanos, judeus e ortodoxos. Seu gesto de visitar países em conflito e regiões historicamente esquecidas, como o Sudão do Sul, o Iraque e a periferia das cidades latino-americanas, o consagrou como o “Papa dos pobres”.
Nos últimos anos, Francisco enfrentou problemas de saúde cada vez mais frequentes, incluindo cirurgias no intestino e dificuldades de locomoção, mas seguia participando ativamente das decisões do Vaticano. Nos últimos dias, rumores sobre seu estado de saúde tomaram força até a confirmação oficial do falecimento por parte do porta-voz da Santa Sé.
O funeral será realizado na Praça de São Pedro, nos próximos dias, com a presença de líderes mundiais, chefes de Estado e fiéis de todas as partes do planeta. O corpo de Francisco será sepultado nas Grutas Vaticanas, local reservado aos pontífices que já partiram.
A Igreja Católica entra agora no chamado Período de Sé Vacante, quando a Sé de Pedro fica vazia até a eleição de um novo Papa pelo Colégio de Cardeais, em conclave no Vaticano.
O mundo perde hoje um líder espiritual que rompeu barreiras, enfrentou críticas e renovou a fé de milhões. Papa Francisco deixa não apenas um legado religioso, mas também humano: o de que a compaixão, o diálogo e a humildade podem — e devem — ser os pilares da liderança global.
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