Cid Gomes não pode falar mal do Capitão Wagner, nem sobre salários nem sobre insegurança. “Wagner recebe dinheiro da segurança pública sem trabalhar e fez isso a vida inteira”. Basta cotejar a carteira de trabalho dos dois parlamentares. Ao contrário de Wagner, Cid jamais atuou na iniciativa privada. E no serviço público, Capitão passou em alguns concursos.
Se usarmos a mesma régua do ex-governador, podemos dizer que ele, sim, recebe dinheiro público “sem trabalhar” desde a vida toda (duas vezes deputado, duas vezes prefeito, duas vezes governador e senador. Nascido em uma família da classe média, tendo o pai como prefeito de Sobral, Cid não precisava trabalhar, ao contrário da do Capitão.
Além disso, foi no governo de Cid Gomes que a insegurança, que já vinha num ritmo crescente, acelerou. A taxa de homicídio por cem mil habitantes, que registrou média inferior a 20% no governo de Lúcio Alcântara, foi turbinada na gestão de Cid Gomes, Tanto que, pela primeira vez, em 2010, o Ceará, com 29,7%, ultrapassava a média nacional (26,2%), segundo dados do Mapa da Violência.
Isso desmascara a balela repetida como mantra por Cid, Ciro, Camilo e Izolda. “As taxas de homicídios vem caindo, caindo, o Wagner lidera o motim e aí eles vão para a estratosfera”. Pura mentira que eles tentam impor como verdade, apostando na falta de memória do povo. A primeira greve da polícia foi em 2012. Até 2011, o número de homicídio no governo Cid já tinha crescido 48%.
Na época da greve, em 2012. o índice saltou para 44,1%. E se manteve em ascensão, passando em 2013 para 50,9%. No ano seguinte, quando findava o governo, já alcançava 52,2%, totalizando sua gestão aumento de 124% na taxa de homicídios por mil habitantes.
Cid gastou muito, não há dúvida. Só a frota de Hilux, série top da Toyota, deve ter consumido muito desse investimento. Era a cara do seu programa Ronda do Quarteirão, principal atração do seu marketing eleitoral, que se configurou como um grande estelionato. Até que ele implementou o programa, mas os resultados foram pífios. Não demorou muito, ele foi desativado em meio a um tiroteio de críticas sobre sua inoperância.
Camilo repete a cantilena, dizendo que foi quem mais investiu na segurança pública. De novo, é uma demonstração de incompetência, tendo em vista que o retorno foi proporcionalmente muito aquém da expectativa. O governo que “mais investiu” em segurança foi o campeão nacional no aumento de homicídios em 2020. Em 2017, teve outro marco: o maior número de mortes de sua história, com 4.681 assassinatos.
A segurança de Cid Gomes foi marcada por veículos: Hilux no início do governo e retroescavadeira já no Senado, tendo mais violência como consequência. A culpa, segundo a família Gomes e seus áulicos, não é de sua incompetência, mas das greves da polícia (em 2012 e em 2020). Para reforçar a narrativa, a greve vira motim. Um montinho de mentiras para engabelar o povo.
Luciano Cléver é jornalista e coordenador de Jornalismo do Sistema Paraíso
Via Blog Eliomar de Lima / O Povo
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